Na análise do sacerdote católico, teólogo e filósofo Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, o relativismo representa uma das maiores ameaças à fé católica nos tempos atuais. Ao negar a existência de verdades objetivas e universais, essa mentalidade desestrutura não apenas a dimensão moral e intelectual da fé, mas também enfraquece a adesão pessoal à verdade revelada por Deus. A consequência é uma vivência cristã diluída, guiada por sentimentos passageiros ou conveniências individuais, em vez de um compromisso real com Cristo e com a doutrina da Igreja.
O que é o relativismo e como ele afeta a vida cristã
O relativismo moral e religioso parte do princípio de que não existe uma verdade absoluta. Cada pessoa, segundo essa lógica, seria livre para construir sua própria visão do bem, do mal, da religião e da realidade. De acordo com o Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, essa mentalidade mina as bases da fé católica, que é alicerçada na Revelação divina, na Tradição e no Magistério.
Para o relativismo, todas as crenças seriam igualmente válidas — ou igualmente irrelevantes —, o que anula a singularidade da verdade cristã e transforma o Evangelho em uma entre tantas opiniões possíveis. Assim, perde-se a certeza de que há um caminho objetivo para a salvação e um sentido firme para a existência.
A raiz cultural do relativismo contemporâneo
O mundo moderno tem promovido, especialmente através da cultura de massa e do ambiente acadêmico, uma visão subjetivista da verdade. Cada indivíduo é incentivado a seguir “sua verdade”, como se ela fosse independente de qualquer critério objetivo. Conforme frisa o Pe. José Eduardo de Oliveira e Silva, essa mentalidade afeta profundamente os jovens, que muitas vezes não são educados para buscar a verdade, mas para evitar o conflito com opiniões divergentes.
O resultado é uma sociedade onde a coerência doutrinal é vista como rigidez e o compromisso com valores inegociáveis é confundido com intolerância. Nesse ambiente, o testemunho cristão se torna um desafio constante.
A fé católica como adesão à verdade revelada
A fé cristã não é um sentimento vago ou uma opção entre tantas. Ela é, por essência, adesão a uma verdade que vem de Deus e que se revela plenamente em Jesus Cristo. Assim como aponta o padre José Eduardo de Oliveira e Silva, essa verdade não é relativa, mutável ou negociável, mas eterna, viva e libertadora.
Crer é confiar em Deus e aceitar a verdade que Ele nos revela, com humildade e coragem. O relativismo, por sua vez, tenta substituir essa confiança por uma busca individualista e instável, onde cada um se torna o próprio critério de julgamento moral e espiritual. Isso enfraquece a fidelidade ao Evangelho e desfigura a identidade cristã.

As consequências do relativismo na moral e na doutrina
O relativismo não apenas confunde as noções de certo e errado, mas também conduz à perda do senso de pecado, da necessidade de conversão e do valor dos sacramentos. Segundo o Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, quando a verdade é relativizada, também o bem é esvaziado de sentido, e a liberdade humana se transforma em pretexto para justificar qualquer escolha, mesmo contrária à lei natural e à vontade de Deus.
No campo da doutrina, o relativismo leva ao sincretismo religioso, à rejeição da autoridade da Igreja e à criação de uma fé “personalizada”, moldada ao gosto de cada um. Isso enfraquece a unidade eclesial e compromete a missão evangelizadora.
Como resistir ao relativismo com firmeza e caridade
Resistir ao relativismo não significa adotar uma postura agressiva ou autoritária, mas sim testemunhar, com clareza e caridade, que a verdade existe e pode ser conhecida. É preciso formar bem a consciência, estudar a doutrina da Igreja, buscar direção espiritual e cultivar uma fé racional e profunda.
Como indica Pe. Dr. José Eduardo de Oliveira e Silva, a resposta ao relativismo passa pela vivência coerente da fé, pelo exemplo dos santos, pelo amor à verdade e pelo anúncio corajoso do Evangelho. O cristão não deve se envergonhar de sua fé nem relativizar suas convicções para agradar o mundo, mas viver com humildade e firmeza aquilo que crê.
A verdade liberta e dá sentido à vida
A fé católica não teme a verdade — ela a ama, porque sabe que a verdade é o próprio Cristo. Em meio às incertezas e confusões do mundo atual, o cristão é chamado a ser luz, sal e fermento, proclamando com a vida que é possível viver segundo a verdade de Deus.
Embora o relativismo pareça atrativo por sua aparente liberdade, ele conduz ao vazio existencial e à perda de sentido. Somente a verdade — vivida com amor — pode libertar o ser humano e conduzi-lo à plenitude da vida em Deus. Essa é a missão e o chamado de cada fiel em nossos tempos.
Autor: Silvye Merth