O tributarista Leonardo Manzan observa que a discussão sobre desoneração da folha de pagamento e reforma tributária e seus impactos sobre o emprego tem se tornado cada vez mais relevante no cenário econômico brasileiro. O tema está no centro das atenções, especialmente após as recentes movimentações do governo para aprovar mudanças estruturais no sistema tributário. Para diversos setores produtivos, a manutenção ou a extinção da desoneração pode significar diferença entre expandir contratações, ou conter demissões.
Em um país com altos encargos sobre a folha salarial, compreender as consequências dessas medidas se tornou indispensável para empresários, trabalhadores e profissionais do Direito Tributário.
Desoneração da folha de pagamento e reforma tributária: impactos sobre o emprego
De acordo com o Dr. Leonardo Manzan, a desoneração da folha de pagamento surgiu como mecanismo para reduzir o custo de contratação de mão de obra. A ideia foi substituir parte da contribuição previdenciária sobre salários por um percentual incidente sobre o faturamento das empresas, com alíquotas variáveis conforme o setor econômico.
Com a reforma tributária em pauta, há questionamentos sobre a continuidade desse benefício. Enquanto alguns defendem sua manutenção para preservar empregos, outros argumentam que ela distorce o sistema tributário, privilegiando determinados segmentos em detrimento de outros.
Efeitos da desoneração sobre o mercado de trabalho
Segundo explica Leonardo Manzan, a desoneração foi adotada para estimular a geração de empregos formais, sobretudo em setores intensivos em mão de obra, como tecnologia, transportes, calçados e confecções. Ao reduzir o peso dos encargos trabalhistas, buscou-se aumentar a competitividade das empresas e estimular contratações.
Contudo, há divergências sobre sua real eficácia. Enquanto algumas análises apontam que a medida ajudou a evitar demissões em momentos de crise econômica, outros estudos indicam que os efeitos sobre a ampliação do emprego foram limitados, já que empresas podem ter absorvido o benefício sem necessariamente expandir o quadro de pessoal.
Reforma tributária e o futuro da desoneração
Para Leonardo Manzan, um ponto crucial é como a reforma tributária vai tratar a questão da folha de pagamento. Há propostas que sugerem substituir a contribuição previdenciária patronal por outros tributos sobre o consumo, aliviando a folha de encargos. No entanto, isso exigiria encontrar novas fontes de arrecadação para compensar a perda de receitas previdenciárias.

Ademais, persistem dúvidas sobre quais setores continuariam contemplados por regimes diferenciados. Se a desoneração for extinta de forma abrupta, muitas empresas poderão enfrentar aumento expressivo de custos, o que pode gerar impactos negativos sobre o nível de emprego.
Boas práticas para as empresas
Frente a esse cenário, Leonardo Manzan avalia que é recomendável que as empresas acompanhem de perto as discussões no Congresso e façam simulações financeiras considerando diferentes cenários tributários. Planejar com antecedência permite avaliar impactos sobre a folha, custos operacionais e estratégias de contratação.
Outra medida prudente é manter diálogo constante com entidades de classe e associações empresariais, que podem influenciar o debate legislativo. Participar dessas discussões aumenta as chances de que eventuais mudanças na legislação considerem as especificidades de cada setor produtivo.
Perspectivas para o mercado de trabalho
Na visão de Leonardo Manzan, o debate sobre a desoneração da folha de pagamento e reforma tributária e seus impactos sobre o emprego deve se intensificar nos próximos meses. O governo sinaliza disposição para simplificar tributos e reduzir distorções no sistema, mas precisa equilibrar as contas públicas e evitar a perda de arrecadação.
Empresas e trabalhadores acompanham com expectativa as definições sobre o tema, pois o custo da folha é um dos principais fatores que influenciam decisões de contratação no Brasil. Preservar empregos e estimular o mercado formal dependerá da forma como o novo modelo tributário será implementado.
Em síntese, entender a relação entre desoneração da folha de pagamento e reforma tributária é essencial para empresas que buscam estabilidade e crescimento sustentável. Para o tributarista Leonardo Manzan, o momento exige cautela, planejamento e participação ativa no debate público, a fim de proteger tanto a competitividade empresarial quanto os empregos no país.
Autor: Silvye Merth