Conforme destaca o advogado Aroldo Fernandes da Luz, a responsabilidade civil médica é um tema de extrema relevância no Direito, especialmente diante do aumento dos casos de erro médico e da busca por indenizações na Justiça. Compreender os fundamentos legais que envolvem a responsabilidade médica é essencial tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes.
O conceito de responsabilidade civil médica envolve a obrigação do profissional ou da instituição de reparar danos causados ao paciente em decorrência de condutas inadequadas. De acordo com o advogado, esse tipo de responsabilidade pode ser subjetiva ou objetiva, dependendo da natureza do serviço prestado e do vínculo estabelecido. O tema é complexo e envolve aspectos éticos, legais e técnicos que precisam ser analisados cuidadosamente.
Veja mais, a seguir
O que caracteriza a responsabilidade civil médica?
A responsabilidade civil médica é caracterizada pela obrigação de reparar danos causados ao paciente em decorrência de uma ação ou omissão do profissional de saúde. Como explica Aroldo Fernandes da Luz, para que seja configurada a responsabilidade, é necessário comprovar três elementos: a conduta culposa (negligência, imprudência ou imperícia), o dano efetivo e o nexo causal entre a conduta do médico e o prejuízo sofrido pelo paciente. Sem a presença desses requisitos, não há como exigir a reparação.
Ademais, a responsabilidade pode variar conforme a atividade desempenhada. Em procedimentos estéticos, por exemplo, a obrigação costuma ser de resultado, ou seja, exige-se que o profissional atinja o resultado prometido. Já em procedimentos terapêuticos, a obrigação normalmente é de meio, bastando que o médico empregue todos os recursos disponíveis, sem garantir a cura. Esse entendimento é fundamental para analisar cada caso de forma justa.
Quais são os principais casos de erro médico que geram indenização?
Entre os principais casos de erro médico que podem gerar indenização, destacam-se os diagnósticos incorretos, as cirurgias mal executadas e a administração inadequada de medicamentos. Segundo Aroldo Fernandes da Luz, esses erros podem causar danos físicos, psicológicos e financeiros aos pacientes, que têm o direito de buscar reparação na Justiça. É importante ressaltar que nem todo insucesso em um tratamento configura erro médico; para que haja indenização, é necessária a comprovação da falha profissional.

Outro caso recorrente envolve a ausência de consentimento informado. Os médicos devem esclarecer os riscos, benefícios e alternativas dos procedimentos, permitindo que o paciente tome decisões conscientes sobre seu tratamento. A falta desse consentimento pode configurar violação aos direitos do paciente e ensejar responsabilidade civil, mesmo que o procedimento tenha sido tecnicamente correto.
Como funciona o processo judicial de indenização por erro médico?
O processo judicial por erro médico segue as regras gerais do Direito Civil, com algumas especificidades relacionadas à área da saúde. Inicialmente, o paciente ou seus familiares devem reunir provas que demonstrem a conduta inadequada do profissional, o dano sofrido e o nexo causal entre ambos. De acordo com Aroldo Fernandes da Luz, laudos periciais são essenciais nesse tipo de demanda, pois ajudam a esclarecer aspectos técnicos que não são de conhecimento comum dos magistrados.
Além disso, o valor da indenização será definido conforme a extensão do dano, considerando aspectos como incapacidade, sofrimento psicológico e despesas médicas adicionais. O objetivo da indenização não é punir o profissional, mas compensar o paciente pelos prejuízos sofridos. A jurisprudência brasileira tem evoluído no sentido de garantir maior proteção aos pacientes, mas sem desconsiderar as particularidades da atividade médica.
Em síntese, a responsabilidade civil médica é um instrumento jurídico fundamental para assegurar a reparação de danos decorrentes de erros médicos e proteger os direitos dos pacientes. Segundo Aroldo Fernandes da Luz, compreender os elementos que configuram essa responsabilidade e os procedimentos para pleitear indenizações é essencial para todos os envolvidos. A atuação criteriosa do profissional de saúde, aliada ao conhecimento jurídico adequado, contribui para a prevenção de litígios e para a construção de uma relação mais segura e ética entre médicos e pacientes.
Autor: Silvye Merth